Padrão

Viver no presente, calar a mente, entender que seu ego não é você...
Fácil de falar. Olhando assim parece até simples... Só parece!
Se realmente o fosse não seríamos uma sociedade.  regada a antidepressivos e ansiolíticos, egomaníaca, escrava de aprovação e redes sociais.
No controle da síndrome do pânico abri mão dos remédios e tenho estado relutante em ir a uma terapia que não faz sentido pra mim.
Creio que a cura já está em mim. Sempre soube disso. Mas minha socialização me jogou na espiral da ansiedade. "Não pode parar. Tem que produzir. Quem não faz nada é vagabundo. E as suas tarefas, todas feitas? Você não quer nada da vida não? Primeiro o dever, depois a diversão!"
E sendo mulher, a coisa é ainda mais difícil. Nos disseram, desde sempre, que o cuidado com os filhos, a casa, os companheiros é somente tarefa nossa. E ainda temos que estar bonitas, arrumadas, malhadas, ser inteligentes, bem informadas, ter um milhão d amigos e um trilhão de likes em cada post/foto nas redes sociais. Ter um diploma. Ser alguém. Ter um emprego que pague altas sifras. Ser independente. Ahhhh, não se esqueça de ser uma excelente mãe, que gasta o que não tem pra por nas escolas caras, dar os brinquedos mais fodas, levar pra viajar, etc, etc. Nosso desejo também não pode ser livre, como os dos homens. Temos que ser castas. Puta, só na cama de nosso homem (um só!)...
Lógica perversa essa.
Se você está interessada nisso (tuuuudo), tudo bem. Acho difícil! Mas, como disse, fomos socializadas assim, perversamente. E aquelas que não querem viver esmagadas pelo pode/nãopode dos padrões... Acende a fogueira e queima a bruxa!!!!! Queima no revenge porn. Queima chamando de gorda/feia/relaxada/vagabunda. Queima excluindo. Queima pagando menos. Queima dando duplas, triplas, quádruplas jornadas. Queima!!!!!
Bem, o padrão me deixou doente da alma.
O padrão me deixou vazia.
O padrão m fez me perder de mim.
Foda-se o padrão.
Estou por aí, à procura da minha - MINHA, SÓ MINHA E NÃO DE QUEM QUISER -  forma.
Se achar, eu aviso!