Um diário de bordo

quinta-feira, 29 de dezembro de 2016

2016 e o Retrato de Dorian Gray

Sim, todo ano que se finda é o mais difícil da vida. Talvez porque o tenhamos vívido na memória. E porque também temos o hábito (péssimo) de focar mais no negativo que no positivo.
Mas, Sem ôr!!!!!!! 2016 (não ele, coitado, ma caiu na conta dele mesmo assim) deu golpe em uma presidentA democraticamente eleita, matou Fidel, George Michael, Princesa Lea. Produziu Allepo. Enlouqueceu o clima. Ruiu economias. Jogou o poder aquisitivo das famílias brasileiras por terra. E quanto aos números de feminicídio, estupros, homofobia... Refugiados tratados como pano de chão.
2016...
Eu tenho uma brincadeira comigo mesma: me perguntar como seria a minha pintura se eu fosse Dorian Gray. Aquela pintura que, para preservar o rosto angelical da pessoa, recebe os traços de seus vícios e pecados...
2016 me mostrou.
Sem dó. Bem ao seu estilo.
Minhas carências, meus medos, minha agressividade... O medo da escassez que gera a própria escassez. Os motivos que me levaram a me fechar e a fugir do contato profunda com as pessoas... E me deu muitos espelhos. Pessoas que eu simplesmente não suporto sem saber o motivo. Descobri que carregavam caracteristicas minhas que eu tinha dificuldade em olhar e integrar na minha personalidade. Aprendi a observá-las e a observar meu incômodo. É ali que tem que ter o meu trabalho.
Finalmente terminei esse ano escrevendo uma carta enorme à minha mãe. Escrevi tudo o que eu sentia a respeito da nossa curta, turbulenta e torturante relação. Tudo o que senti, tudo o que vivi. Todos os vícios, doenças e crenças limitantes que construí em cima do trauma incial de uma relação abusiva. O trauma, depois da carta, identifiquei e dissolvi. Mas e os vícios??? E os transtornos de ansiedade e depressivos. Cai na conta de 2017 curar. Mas curar é melhor que cultivar.
Então, sigamos com coragem

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Tô construindo a vida que eu sempre quis! e você?????????