Um diário de bordo

quinta-feira, 11 de fevereiro de 2016

Caminhante

Depois que as crises de pânico começaram, eu comecei a reavaliar muitas coisas. Acredito ser impossível passar por essas sensações tão avassaladoras e não refletir sobre a vida que se leva. Afinal, você foi a esse estado de ansiedade aguda com as próprias pernas.
Pra poder fazer desse um evento transformador, tomei algumas decisões importantes. Cheias de incertezas, mas de fé também:
* Não tomarei remédios. Ajuda profissional só a terapia. O antidepressivo mascara sensações e meio que atrasa o processo de cura
* Cheguei a isso por conta de minhas escolhas e hábitos. Eu escolhi o passado do qual me lembrar. Eu escolhi sentir dor, raiva, medo, insegurança e rancor. Só eu posso desescolher e mudar a perspectiva de ver as coisas.
* Nunca dei muito valor à minha vida espiritual. Mas nunca é tarde pra mudar isso... Deus tem sido um grande companheiro. Me ouve, consola, conforta e guia!
* Mudei minha alimentação. Ingiro cada vez menos proteína animal. Carne vermelha e frango já foram cortados. No momento, consumo ovos e queijo algumas vezes por semana. Peixe em duas refeições na semana. Não gosto e não consumo leite. Me sinto mais saudável e menos agressiva assim.
* Tenho dado muito valor à caminhada e ao exercício físico. Desanuvia minha mente. Várias questões surgem nesse momento, mas sem dor emocional. Só uma espécie de insight, que me dá subsídio pra trabalhar comigo mesma e com a terapeuta.
* Emagrecer tem me feito bem...
* Diminuí o número de cigarros diários de quase um maço para apenas 6 cigarros, após as refeições. Ainda sinto ansiedade da privação. Quando passar, diminuo mais...
* Não me sinto mais à vontade/pertencente aos grupos sociais que frequentava antes. Acho que são todas essas mudanças. Dá uma certa solidão, mas também abre novas possibilidades de 'procurar a minha turma".
* Tenho me preocupado - de um jeito saudável - com a criação dos meus filhos, em relação a essas questões. Ansiedade, depressão e afins tem os componentes genéticos e ambientais... Quanto à genética, nada posso fazer, mas posso me policiar pra não ser tão estressada, ansiosa e pra ensinar valores que teriam me ajudado: desapego, minimalismo, não consumismo exagerado, lazer ao ar livre, controle financeiro e viver só com a mesada. Quando os percebo ansiosos, ensino algumas técnicas que tenho aprendido.
* Tenho usado muito o método A.C.A.L.M.E.S.E. Vou postar aqui outro dia, porque funciona muito bem.
* Decidi que não posso estar com alguém, romanticamente agora. Estou só, pela primeira vez em décadas (sempre engatei um namoro no outro) e estou feliz!!! Me conhecendo, me namorando...
* Tenho usado a técnica do pomodoro do meu jeito. Faço um ciclo de arrumação da casa, vou pra um de exercícios físicos, de estudo, de ficar com as crias. Se algo nestes quesitos deixou de ser feito, faço outros pomodoros (geralmente são preciso mais de um pro estudo e pra casa, por conta d preparo de refeições)

Enfim, foram muitas mudanças nesses 6 meses e eu sei que ainda tenho um longo caminho pela frente, mas sinto menos medo e estou desfrutando o caminho

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Tô construindo a vida que eu sempre quis! e você?????????