Aquela garota

Essa semana tive a oportunidade de rever todo o meu passado.  Através de um pedido de algumas fotos, pedidas por minha antiga professora de dança do ventre,  para que algumas de suas alunas enviassem fotos de seus 'batizados' para que ela montasse um álbum.
Para realizar esse pedido deveria digitalizar as fotos da época da dança,  que ainda eram todas analógicas. Baixei um aplicativo no tablet e lá fomos eu e Maria Luisa, a mais velha, cumprir a missão.
Conforme ia digitalizando percebi que: não queria ficar com fotos 'físicas' porque ocupavam 2 baús que precisavam de limpeza e tals, digitalizar TUDO seria um meio mais seguro e sem tralha;  enquanto ia avançando na tarefa, ia percebendo minúcias sobre minha vida que até então desconhecia.
Como eu era magra!
Como eu tinha um semblante alegre e despreocupado.
Como eu gostava de sair pra encontrar amigos, fazer cousas interessantes levando meus filhos a tiracolo.  Não havia distância nem cansaço.
Como conviver com estas pessoas descoladas me fazia bem.
Em última análise: quanto deixei de mim pra trás.
Resolvi me comprometer com essa garotinha aí da foto a resgatar aquele semblante sereno, aquela vida mais leve, aquele brilho no olhar.
Afinal, não seria essa a beleza, do corpo e da vida?