Um diário de bordo

sexta-feira, 15 de abril de 2011

Juntos eles fazem um som maneiro

Eles são negros, pobres, moradores de 'cumunidade'. Necessitam de constante atenção e - infelizmente - já descobriram que na nossa sociedade autista quem anda na linha, é bom moço, não a consegue... Fica lá no canto, nem um parabenszinho (oi?). Então eles se batem, chutam e xingam. Jogam giz de cera um no outro (hoje eu recolhi tudo!); Só sabem escrever na minha mesa - pensam e escrevem mesmo! Me defendem e ficam transtornados quando dou atençao a outra pessoa que não seja cada um; E olha que me ofereceram um primeiro ano fofinho! E esse terceiro ano tri repetente lá, ninguém querendo. Não aguentei e quis pra mim. E sabe porque não me arrependo? Porque a cada cantiga, parlenda ou trava língua que levo tentando alfabetizá-los desesperadamente um bate forte com as duas mãos espalmadas no caderno; outro tilinta o lápis no ferro da borda da mesa; outro batuca de leve no caderno; alguém bate na porta e mais alguns batem palmas ou os pés no chão. E, cada um do seu jeito fazem uma melodia coletiva magnífica. É o momento mais esperado do meu dia laborativo. E, nessa hora, sempre chamo Rhuan pra leitura de ajuste... ... porque ele dança.

Um comentário:

  1. O caminho é esse e só esse: amar incondicionalmente o nosso fazer.
    Orgulho!

    ResponderExcluir

Tô construindo a vida que eu sempre quis! e você?????????